terça-feira, 1 de outubro de 2013

Sobre o direito de ficar em casa ~*


Olá!
Hoje estou aqui pra falar sobre um assunto que me incomoda e provavelmente incomoda muita gente por aí.


É o seguinte:


Os tempos mudaram! Agora não tem mais essa de mulher ficar em casa cuidando de casa/marido/filho, agora ela vai a luta, trabalha fora, é chefe, é bem sucedida e bem remunerada (nem todas, claro). Sabemos das dificuldades das mulheres que trabalham fora por serem julgadas (principalmente se são mães) e que ainda há muita injustiça (e machismo!) no caminho, mas as coisas melhoraram um pouco se comparado com os tempos das nossas avós, né? Pois é, isso é muito legal!

Mas hoje não to aqui pra defender essa causa. Hoje vou defender o DIREITO DE FICAR EM CASA (com estudo ou sem). Parece que as coisas estão se invertendo, invés de irmos pra igualdade: pelo direito de trabalhar ou ficar em casa; sinto que as mulheres que escolheram ficar em casa estão sendo julgadas tanto quanto as que trabalham fora.


Vou deixar bem claro que estou falando POR MIM. Se você, mãe que fica em casa, que TRABALHA em casa (porque bem sabemos que cuidar de casa não é fácil) é respeitada e não te olham com cara de coitada, MEUS PARABÉNS! Aqui a coisa tá um pouco diferente.


Já cansei de ouvir que é um desperdício eu ficar em casa, tão jovem, tão talentosa, tão isso, tão aquilo... Isso enche o saco. Enche porque dá a impressão de que por eu estar em casa sou uma tonta, que fico sentada o dia inteiro vendo todos os programas/novelas que passam na TV e sem produzir nada.
Quando alguém pergunta "E você faz o quê?" e você responde "Eu fico em casa, cuido do meu filho", parece que a pessoa automaticamente te vê como uma alienada, estressada que só sabe gritar com o filho e não tem assunto pra nada. Que fica apoiada na vassourinha lá na calçada, conversando com a vizinha e deixando o feijão queimar, sabe?


Uma coisa que eu notei depois que me tornei mãe e decidi ficar em casa por um tempo, foi que POUCAS PESSOAS (muito poucas) não mudaram comigo, continuaram/continuam conversando comigo de igual pra igual, falando sobre filmes, festas, dança, teatro, pessoas, lugares, música, enfim, falando sobre A VIDA. A maioria simplesmente cortou contato comigo e quando eu encontro com essas pessoas, sinto que elas não ficam muito a vontade, sabe?
Uma situação:
Estou numa festa. Só vem falar comigo quando passou por todas as pessoas e aí a primeira pergunta é: "E aí, Bre? E o Miguel, tá bem?". :)

Gente, eu AMO falar sobre meu filho (tenho um blog só pra falar disso!), mas é sério, eu também gosto de falar de OUTRAS COISAS. De verdade.
Aí tá, respondo que tá tudo bem atualizo a pessoa com poucas coisas e aí.... o assunto acaba.
É, acaba.


Estava conversando sobre isso com uma amiga. Conversamos por muito tempo sobre como queremos ser vistas por TUDO que nós somos, não só por um lado. Eu não sou só mãe. Eu não sei só trocar fralda. Eu não amo só meu filho. Eu amo dançar, amo cheiro da noite, assistir filmes, fazer exercícios, contar piada, fazer os outros darem risada, me atualizar, estudar, enfim, SOU MIL coisas. 


Isso é só um desabafo até pra quem não é, mas conhece alguma mãe, conversar com ela sobre outras coisas, pra não tratá-la com inferioridade porque 'pobrezinha, ela fica em casa com o filho'.

Eu decidi ter filho, estou muito feliz com minha escolha. Decidi interromper a faculdade e acompanhar cada passo do desenvolvimento do meu filho nesses primeiros anos. Eu decidi ficar em casa. Eu tenho esse DIREITO e não sou menos que ninguém por isso.

"Amigos" já deixaram de me cumprimentar quando me viram e estavam rodeado de pessoas "importantes", pessoas já me excluíram de comemorações e muitos simplesmente me deixaram pra lá.
Isso quando a gente puxa assunto sobre outras coisas e a pessoa não dá muita trela porque, né? O que você sabe?!

Eu realmente não ando bem arrumada todos os dias como as que trabalham fora, eu não recebo e sim, preciso pedir dinheiro pro marido para qualquer coisa, eu não trago dinheiro pra casa nem nada do tipo.
Não 'produzo'  nada de acordo com a sociedade, portanto, não sou útil.

Mas eu fico em casa, estimulando o meu filho, o educando, moldando um ser humano, potencializando suas qualidades e dando o melhor de mim. Estou ralando PRA CARAMBA pra deixar um ser humano bacana pra esse mundo que tá precisando MUITO mais de pessoas conscientes, educadas, respeitosas e amorosas, do que de dinheiro, de lucro.

Respeito e admiro, de verdade, você que trabalha fora (precisando ou não), sua coragem, suas conquistas e por suportar a saudade por ficar longe do filho, admiro mesmo. É muito bom saber que tem mulher bem sucedida na carreira, super respeitada e capaz. Todas nós somos, né? É questão de se dedicar.

Eu não preciso que me admire, só quero que me RESPEITE e que não me inferiorize por não ter um salário. 


Eu penso sim em voltar a estudar, a trabalhar e tudo mais, mas por uns anos (talvez longos anos) eu quero ficar aqui, no meu lar, grudada com  meu filhote. ♥ 
É isso que me faz feliz e se você for ver, o que a gente tanto quer da vida não é simplesmente isso? Ser feliz?





"Não existe caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho."

;)

Beijo!


8 comentários:

  1. Oiii.. Brenda

    é sim, muito lindo, eu me emocionei quando li, e me identifiquei bastante com ele.

    temos que aproveitar cada minutinho ao lado de nossos filhos, pois td passa muito rapido, e o que ficaram serão somente lembranças. neh

    obrigada pela visita, aqui no blog

    Bjiinhus
    Mayara & Ketlyn

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  2. Lindo post, me identifiquei bastante, principalmente na parte que quando digo que fico em casa cuidando do filho, e me olha com olhar de reprovação. E mesmo tentando aproveitar todos os momentos ainda acho que não aproveitei como deveria!
    Culpa de mãe kkkkk


    Obrigada pelo carinho lá no MR, como o comentario no post Andadores usa ou não? Saber a sua opinião é muito importante para mim!
    Beijos e fica com Deus
    Gleysa
    www.mamaesemrede.com

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  3. Oi amiga...Felizes dias de outubro pra você,
    Saudações de paz, Bjs e parabéns pelo post.

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  4. Nossa igual a mim!!!!!!!
    As pessoas querem correr, estressar, deixar de ver o desenvolvimento do filho. querem pegar na escola de banho tomado, dar um leite e dormir. é assim que vejo muitas amigas se sentirem bem!!! Chega!!!!!!!!!!!!!!! eu quero dar comida, eu quero ver sentar, engatinhar, sorrir e o problema é meu e do meu marido!!! AFFFFFFFFFFFFFFFF, gente chataQQ to contigo Brenda!!!!!!!

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  5. Ah amiga que saudade que eu estava de passar por aqui e ver esse lindo blog!!
    Me emocionei quando eu li esse post, aliás ando meio sentimental esses dias, hehe
    Beijos

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  6. Oi Brenda! Estou plenamente de acordo com você. Fiz a mesma escolha. Sou vista como uma extra-terrestre, tudo bem, a escolha foi consciente. E muito feliz! Beijo!

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  7. Bem desse jeito!!

    Acho que tem que haver mais respeito pelas escolha dos outros! Cada um sabe onde está a própria felicidade! Algumas trabalham, outras cuidam da família!

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  8. Lindo texto Brenda! Isso mesmo, a gente quer ser feliz. Uns são felizes trabalhando, outros estudando, outros em casa educando. Valorizo também as mamães que precisam e querem trabalhar. Todas tem direito de continuar a vida como querem. Se estão felizes dessa forma, lá é o lugar delas..

    Eu também estou em casa, e não me sinto menor por isso, pra falar a verdade passei MUITO dessa fase. Trabalhei minha vida inteira, desde os 17 anos e parei no momento certo para acolher uma criaturinha que precisava de mim naquele momento.

    Foi maravilhoso. Sinto falta do emprego sim, de ter um salário, mas sou extremamente segura e feliz com minha pequena em casa podendo dar a educação que sempre sonhei na hora certa.

    O mundo é muito preconceituoso e nunca vamos agradar a todos. Quem despreza hoje poderá passar pela mesma situação amanhã. Pena que não vão se lembrar disso.

    Seja feliz da maneira que vc escolheu e pode, o resto, é resto.

    Beijos minha querida!!!!

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